Remetendo-me a estudos e teorias sobre gênero, me lanço a uma análise mais subjetiva no que chamo de relação homem x cultura e prazer. Se nos inclinarmos a um olhar um pouco mais minucioso sobre a grande tendência cultural popular, ou a ausência dela, nos deparamos com sons, imagens e idéias de que sempre o prazer ou bem estar dos homens, nesse caso em sua grande maioria, o sexual, está diretamente ligado ao corpo, a sensualidade, e a vivência da sexualidade das mulheres.
Se nos voltarmos a analisar as músicas, publicidades e as produções midiáticas, encontraremos intrinsecamente ou não, a idéia de que as relações sexuais entrelaçadas a cervejas e carros importados garante aos homens, o bem estar pleno, uma espécie de prestígio entre os que compartilham com ele, desse imaginário machista, ou chamaria eu, ousadamente de baixa – estima masculina.
Sim, porque a partir do momento que se projeta o seu bem – estar pessoal a outras pessoas, ou nesse caso a apenas uma ação, o sexo, poderá em um alto grau ser considerado como ausência de estima a si mesmo, neste caso, construída pelo sistema machista que os fazem pensar que somente coisificando ou idealizando o poder sobre o corpo das mulheres, se atinge o ponto máximo do “ser macho”, do “ser homem”.
Assim sendo, regida pelo capitalismo, a indústria de massa entendendo que essa idealização, esse senso comum masculino gera lucros, gera comércio, toma proveito para vender, mercantilizar, engarrafar e fixar esse ideal de projeção, contribuindo de forma direta para que muitas mulheres sejam vítimas de atitudes irracionais de seus companheiros ou ex companheiros que não respeitando a vontade destas mulheres, as causam violências, danos e até mesmo a morte, como nos casos, que se tornaram tão corriqueiros, e que neste ano foram massivamente pautados pela mídia.
Dessa forma alerto para uma reflexão não só sobre o machismo e suas conseqüências na vida dos homens e, sobretudo das mulheres, mas para uma análise psicosocial sobre prazer, sobre bem-estar e principalmente sobre esses processos culturais que estamos consumindo e está nos consumindo diariamente.
sábado, 4 de julho de 2009
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Um comentário:
Fico pensando Camila em todas as nossas gerações que sofreram com isso e ainda sofrem. Estou tendo a sorte de refletir e escolher aacabar com isso.
Me preocupa as considerações machistas que são feitas sobre o corpo e comportamento das mulheres que mantém relações estáveis com homens, entre as coisas mais absurdas são as acusações que sofrem quando não querem ser apenas objeto de penetração.
Estou vivendo e espero dar conta de romper com tudo isso.
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